FELIZ ANO NOVO!!
Seguimos tentando manter esse projeto vivo, ainda que respirando com dificuldade, tal e qual Count Orlok. E é dele mesmo que falaremos hoje, pois fomos assistir ao “Nosferatu” do Robert Eggers.
É resenha dupla, então leiam as impressões de cada uma <3
NOSFERATU
Por Dee Dumore
Eu tinha medo de ter o meu coração partido, visto que uma antiga maldição paira sobre diretores de Terror que ganham fama após um filme indie alcançar sucesso. Eu tinha medo de ver um Nosferatu como o de David Carradine - não pela mente do Eggers, mas pelas mãos nefastas do estúdio, que poderia obrigá-lo a fazer um filme de ação pra “vender mais”. Sabem como é? Um “Nosferatu no Caribe”, pra aproveitar o gancho da Lily no elenco. Tinha medo.
Pois bem. Não tive meu coração partido, MAS também não foi o arrebatamento que foi “A Bruxa”. Foi…um filme. Sim, excelentes cenas de body horror! Sim, ótima atuação da Lily-Rose Depp - especialmente o trabalho corporal - cenas e paisagens belíssimas (ficam ainda melhores quando vistas no IMAX). E só.
Por ser Nosferatu e por ser Robert Eggers, eu esperava SATANISMO, PACTOS DE SANGUE, CABEÇAS IMPALADAS, PAREDES DO CASTELO FORRADAS COM OSSOS E CARNE PUTREFATA, CHUVA DE SANGUE, HORROR NOS OLHOS DAS CRIANÇAS, AMBIENTES TÃO SOMBRIOS E GÉLIDOS QUE NÓS - NO RJ, EM JANEIRO - SENTIRÍAMOS FRIO ASSISTINDO! Em vez disso teve romance, ratos, um Calunga* que se entrega nos primeiros minutos de filme, crianças irritantes, sangue em quantidade menstrual, sexo e um Van Helsing piadista.
Eu gostaria de lembrá-los que Nosferatu é Dracula e Dracula é Vlad Tepes III, vulgo VLAD, THE IMPALER. I - M - P - A - L - E - R. IMPALADOR. Aquele que vimos brevemente no “Dracula” do Coppola. Eu sei que o livro é um romance gótico, mas não custava ser demoníaco e assustador. Eu tive mais medo do Black Phillip do que do Orlok.
Do Vlad, a única coisa que vimos no Orlok de Eggers foi o bigode. Uma pena…
A chegada da Peste Negra pelas mãos de Orlok poderia ter sido o ponto da descida ao inferno no filme de Eggers, mas ficou na mesma de todas as versões anteriores do filme. É nesse sentido que eu digo que poderia ter sido mais e não foi.
Novamente, achei um bom filme. Talvez eu precise parar com as expectativas.
NOSFERATU
Por Alice Ripper
E então, Nosferatu volta para as telonas! O vampiro assustador, monstruoso, com suas longas unhas, careca brilhante e nariz comprido, fazendo sombras em todo canto. Dessa vez, pelo olhar de Robert Eggers, e eu, como boa fã, fui conferir no cinema.
Minhas expectativas para esse remake eram enormes, depois de ver o trailer principalmente. O elenco era bom, a história já conhecia e amava e estava ansiosa pelo filme do mesmo diretor que nos trouxe a dádiva de “A Bruxa" e “O Farol”. Talvez, essa expectativa toda tenha sido parte do problema, porque acabei não gostando tanto quanto imaginava que gostaria.
A fotografia do filme é belíssima, de tirar o fôlego mesmo, e contribui bastante para nos situar na atmosfera sombria, fria e desoladora a qual os personagens habitavam. Apesar disso, o ritmo do filme não se decide, se vai ser mais lento ou acelerado, pra mim ficou uma sensação de confusão.
Da mesma forma, fiquei me perguntando se ele deveria ter sido tão comercial, se não deveria ter ido mais afundo na mão autoral do cara que deixou a gente imerso naquela família conservadora, no meio do nada, e não poupou nem o bebezinho.
Tá, ok, ele mata as duas criancinhas no filme, foge um pouco dos detalhes narrativos de Drácula, que inspirou o primeiro Nosferatu. Mas, ainda assim, sinto que faltou mais terror ali.
O vampirismo, a sedução, o erotismo, o gótico, todos estavam bem presentes, e bem feitos. O bigodinho do Nosferatu e o tufo de cabelo pro lado me pegaram um pouco, despertaram a quinta série dentro de mim. Mas a atuação maravilhosa de Lily-Rose Depp salvou. Aquela maravilha de trabalho corporal em cada cena de possessão-espasmo espiléptico-orgasmático foi minha parte favorita do filme, apesar dos memes e piadocas que já tinham aparecido na internet.
O filme vale muito ser assistido, ainda mais na telona, apesar da leve decepção, ainda assim é muito gostoso ver um filme de vampiro com libido!! Afinal, nem existe vampiro sem isso, né?!
Ah, e vale destacar também a atuação do Bill Skarsgård com aquela voz rouca, arrastada, que às vezes dava vontade de dar um empurrão pra ver se desengasgava logo. Maravilhoso, Nosferatu sombrio, grosseiro e romântico do jeito mais possessivo e trágico possível.
Esperava mais? Sim. Achei ruim por isso? Não. Gostaria de ver o Eggers arriscando mais e botando pra fuder? Com certeza!!!












Curioso para assistir desde o anúncio.